Diplomacia e Plano Safra marcam estratégias do agro diante de tarifas dos EUA
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz de Araújo, afirmou durante o Fórum Financeiro em Curitiba que o governo brasileiro aposta na diplomacia para reverter a tarifa de 50% anunciada por Donald Trump sobre produtos do Brasil. Vaz destacou que, apesar de avanços no comércio com novos mercados, os Estados Unidos continuam sendo um parceiro estratégico. Ele acredita que o Itamaraty tem experiência para resolver o impasse antes que a taxação entre em vigor em agosto, evitando prejuízos tanto para produtores brasileiros quanto para consumidores americanos.
Além das questões internacionais, Vaz apresentou detalhes do Plano Safra 2024/2025, cuja formalização pelo Ministério da Fazenda permitiria o início imediato das operações financeiras para produtores e cooperativas. Sobre os juros, reconheceu a pressão de altas taxas, mas ressaltou que todas ficaram abaixo da Selic, que subiu de 10,5% para 15% no período. Programas como o Pronaf mantiveram condições atrativas, com taxas entre 0,5% e 8%, enquanto a agricultura empresarial terá juros entre 8,5% e 14%, dependendo das linhas.
O secretário também destacou o papel do Paraná no cenário agrícola nacional, apontando que cerca de 75% dos produtores do estado têm acesso ao Pronaf e ao Pronamp, usufruindo de taxas mais baixas, especialmente graças à força do cooperativismo local. Vaz ainda explicou novidades como o Zoneamento Agrícola de Risco Climático – Nível de Manejo, projeto-piloto desenvolvido no Paraná para reduzir custos de seguro rural conforme boas práticas agrícolas. Sobre o seguro rural, informou que cerca de R$ 1 bilhão estará disponível para a safra 2025/2026, embora o setor desejasse valores mais altos para ampliar a cobertura.
