Abrabar lança ‘Selo Balada Preventiva’ contra assédio a mulher em bares e casas noturnas

Pelo menos 10 estabelecimentos de gastronomia e entretenimento de Curitiba receberam, no último final de semana, o Selo Balada Preventiva concedido pela Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) para identificar os associados que atendem aos pré-requisitos de prevenção e segurança aos clientes e uma atenção especial no combate aos crimes de assédio ou violência sexual contra mulheres dentro, na frente ou mesmo na saída dos estabelecimentos da categoria, como o registrado no Ceará que chocou a sociedade brasileira.

Na última semana, começou a tramitar na Câmara Municipal um projeto de lei do vereador Alexandre Leprevost (SD) permitindo a implantação legal dos serviços de vistoria, bem como o uso de detectores de metais e outras medidas nos acessos à estabelecimentos estabelecimentos de gastronomia e entretenimento de Curitiba. A iniciativa é inspirada na ação Abrabar, motivadas após ataque com faca resultando em morte dentro de um bar.

O Selo traz um QR Code estampado para facilitar a leitura em celulares e ficará em locais visíveis do estabelecimento, redes sociais e site da entidade. A intenção, de acordo com o presidente da entidade, Fábio Aguayo, é deixar a noitada mais segura para todos, especialmente para as mulheres, com profissionais com camisetas específicas treinados para orientar sobre a abordagem contra casos de assedio ou violência sexual de possíveis vitimas.

O selo, segundo a entidade, segue a legislação atual e principalmente o bom senso de muitos estabelecimentos de adotarem as medidas preventivas de revista, controle, acesso e cadastramento dos clientes, entre outras. É aquele ditado: ‘é melhor prevenir do que remediar’ e isto nunca falhou”, disse. A intenção é levar a iniciativa para as principais cidades pólos do Estado e também do país. “Até porque o momento é de prevenção devido ao momento de insegurança que vivemos”.

Todos aliados

A Abrabar vai criar, nos próximos dias, um protocolo específico para as mulheres que saírem dos bares com alto índice de embriaguez. “Este caso da mulher que foi deixada desacordada e estuprada no Ceará, chocou todo mundo. Vamos buscar as empresas de aplicativos e de táxi, não pode deixar na rua”, disse Aguayo. É necessário, de acordo com ele, firmar um compromisso para o profissional deixar as pessoas nestas condições em hospitais ou casa da família, os bares também devem ajudar nesta luta.

“Todos precisam se aliar para enfrentar este tipo de situação, a vulnerabilidade demonstrada no vídeo é chocante, absurda”, afirmou. O projeto de lei da Câmara de Curitiba vai possibilitar uma discussão com a sociedade das medidas que poderão ser adotadas por bares e casas, de acordo com a estrutura de cada um. A intenção é aproveitar o momento para aprofundar e ampliar este debate com toda a sociedade, os poderes executivos e legislativos, judiciário, sociedade civil organizada.

Foto: Divulgação/Abrabar