ANA declara situação crítica de escassez hídrica na região da bacia do Paraná por seis meses

Hidrelétrica de Ilha Solteira no rio Paraná (MS/SP) Imagem: Raylton Alves/Banco de Imagens ANA

As populações do Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Goiás têm mais um motivo para enorme preocupação além da pandemia, cujos números seguem avançando avassaladoramente. Decreto da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira (2) que declara  “situação crítica de escassez quantitativa dos recursos hídricos” até 30 de novembro nesses estados, que compõem a Bacia Hidrográfica do Paraná.

O objetivo da medida é  “assegurar os usos múltiplos, definir condições transitórias para a operação de reservatórios ou sistemas hídricos específicos, inclusive alterando temporariamente condições definidas em outorgas de direito de uso de recursos hídricos”. Um grupo técnico de assessoramento está sendo criado para acompanhar a questão e definir as medidas a serem tomadas já que não há previsão de chuvas suficientes para normalizar a situação pelos próximos seis meses.

De acordo com a ANA, após a análise de cada situação poderão ser adotadas regras de operação temporárias a fim de possibilitar a manutenção dos volumes dos reservatórios, particularmente os utilizados para abastecimento das cidades.”Num primeiro momento, a necessidade de restrições para usos consuntivos [que consomem água], como a irrigação e o abastecimento humano, não é vislumbrada”, esclareceu a agência, ressaltando que as medidas a serem adotadas terão por objetivo  mitigar riscos.

A agência acrescenta que a Região Hidrográfica do Paraná passa por um  “déficit de precipitações severo” desde outubro de 2019, e que diversos locais dessa bacia têm registrado vazões baixas a extremamente baixas. Sete dos 14 principais reservatórios de hidrelétricas da região estão com o pior nível desde 1999.