Chico Brasileiro destaca solidez na economia de Foz do Iguaçu

Prefeito diz que a cidade já recebe cinco milhões de visitantes, vai crescer acima da média brasileira e que vai entregar prefeitura com equilíbrio fiscal

Zé Beto Maciel e Francisco Vitelli

O prefeito Chico Brasileiro (PSD) deixa o governo no dia 31 de dezembro e disse que o legado de quase oito anos na administração de Foz do Iguaçu resulta em um novo ciclo econômico, um crescimento acima da média nacional e de mais de cinco milhões de visitantes por ano. “Hoje, a economia de Foz tem bases sólidas. É uma cidade estruturada, caminha cada vez mais para isso, com uma legislação transparente que atrai investidores, grandes parceiros nacionais e internacionais. Avançamos em todos os indicadores econômicos e sociais e ainda temos muitos desafios pela frente, principalmente o enfrentamento das desigualdades”, destaca.

“Com as parcerias, vamos ter outros grandes investimentos tanto público como privado nos próximos anos. Eu acredito que a economia de Foz vai crescer acima da média brasileira, acima da média das cidades brasileiras e Foz do Iguaçu vai ser uma das cidades mais pujantes do Paraná e do Brasil. Não é um desejo, um vaticínio ou prognóstico. É uma constatação”, completou nesta entrevista exclusiva na sexta-feira, 11, durante a entrega do Prêmio Gestor Público do Paraná em Curitiba.

Leia a seguir, os principais trechos

O que o senhor vai fazer a partir de 1 de janeiro de 2025?
O plano é continuar estudando a gestão pública, estudando e aperfeiçoando. Eu sempre me dediquei muito aos estudos. Quero continuar estudando e me dedicando à gestão pública. O setor público precisa realmente de pessoas que tenham essa vocação e eu quero me dedicar cada vez mais a este propósito. Não é fazer parte de governos, não é isso, mas a estudar, me dedicar e fazer o melhor pelas pessoas, estudando como consolidar as políticas públicas e os novos desafios enfrentados pelos gestores.

Como o general Silva e Luna vai assumir a prefeitura, em quais condições?
Com equilíbrio fiscal e uma condição financeira muito melhor do que em 2017. Não temos mais um problema previdenciário como tínhamos antes. Claro que a previdência é sempre um problema que merece atenção do setor público, mas tínhamos um déficit de R$ 4 bilhões que não foi saneado 100%, mas grande parte já foi saneado. Ele vai encontrar a prefeitura muito mais equilibrada, estruturada para captação de recursos e muitos convênios em andamento. Vai encontrar as condições de fomento em diversos setores. A prefeitura hoje não tem nenhum empecilho para fazer novos investimentos, uma prefeitura muito mais organizada e muito mais preparada para o futuro.

O senhor está terminando o segundo governo e pode falar dos legados que deixa?
Acima de tudo de equilíbrio e previsibilidade. Em 2017, a prefeitura não tinha certidão nenhuma, nem certidão previdenciária, nem certidão de bom pagador, certidão liberatória do tribunal de contas, ou seja, a prefeitura estava com o nome sujo em todos os órgãos, estadual, federal e com os fornecedores. Hoje, uma das grandes marcas do nosso governo foi limpar o nome da cidade. Foz do Iguaçu hoje não tem certidão de inadimplência em todos os convênios, encargos e contratos realizados. Isso foi um fator muito positivo. O município precisa de credibilidade para crescer e para se desenvolver. Credibilidade também com os investidores.

Foz do Iguaçu está recebendo mais de R$ 3 bilhões em investimentos públicos e privados nos próximos anos, esse será um novo ciclo da economia?
Foz está construindo as bases sólidas de sua economia. É uma cidade estruturada, caminha célere para isso, tem uma legislação transparente que atrai investidores. Foz tem estrategicamente grandes parceiros, nacionais e internacionais, e com essas parcerias, vamos ter grandes investimentos tanto públicos como privados nos próximos anos. Eu acredito que a economia de Foz vai crescer acima da média brasileira, acima da média das cidades brasileiras e Foz do Iguaçu vai ser uma das cidades mais pujantes do Paraná e do Brasil.

O senhor ainda espera que Foz do Iguaçu vai superar a marca de dois milhões de visitantes em 2025
Foz já recebeu muito mais de dois milhões de visitantes. O Parque Nacional do Iguaçu é o principal indicador de visitação, mas acredito que a cidade recebe mais de cinco milhões de visitantes. Muita gente vem para Foz e já visitou as Cataratas, volta com a família para conhecer outros atrativos, para o lazer, para ficar nos hotéis e nos resorts, ou seja, para fazer compras. A cidade hoje, com certeza, recebe muito mais de dois milhões de visitantes. Mas o Parque Nacional deve superar essa marca tendo em vista o crescimento do turismo internacional que volta pouco a pouco. E isso vai fomentar o turismo também nas Cataratas do Iguaçu.

O senhor enfrentou a pandemia da covid que afetou por três anos a vida dos brasileiros, como foi esse enfrentamento e a recuperação da cidade?
A pandemia foi o maior desafio da vida e não só como gestor público, mas o desafio de enfrentar uma guerra sanitária. Vencemos a batalha com muita sagacidade, envolvimento e cooperação das instituições. Investimos nos equipamentos públicos e no hospital municipal que praticamente dobrou de tamanho. Isso nos deixa preparados para as epidemias de dengue e outras que possam surgir .Temos um hospital estruturado para atender e dar assistência à população. Foi uma grande vitória das medidas tomadas e foi um marco para Foz do Iguaçu pelo que ficou. A pandemia passou, mas ficou um legado. Um legado de uma estrutura de saúde pública capaz de cada vez mais avançar na melhoria no atendimento à população.

Como as prefeituras devem se preparar para a crise climática que afeta sobremaneira as populações mais vulneráveis com as enchentes e o aumento da temperatura?
Com ações preventivas e resolutivas. Ações para tornar as cidades mais resilientes. Ações como drenagem urbana que hoje é um grande problema Foz do Iguaçu. Fizemos um dos maiores programas de drenagem urbana do Brasil e acabamos com alagamentos e enchentes em locais que colocavam em risco muitas vidas. Temos que fazer mais jardins de chuva, captar melhor a água, destinar melhor a água, drenar os pontos de alagamentos. Esse programa continua agora com mais duas obras iniciadas. São ações para ter uma cidade com condições para enfrentar as mudanças climáticas que vem cada vez mais forte e ameaça a vida das pessoas.

Para o senhor, Foz do Iguaçu pode ter o tarifa zero, além da gratuidade que já atende idosos, estudantes?
É uma meta que não se consegue da noite para o dia. Tem que ter planejamento e investimento contínuo. Nos próximos anos com o crescimento do investimento público no transporte com forte apoio federal, a gente pode alcançar a tarifa zero que será uma grande conquista. Até porque, traz grandes vantagens para a população, para o comércio e também para o sistema porque é menos carro nas ruas, é menos poluição e é mais gente usando o transporte urbano.

O programa de conversão de áreas  já atingiu mais de R$ 50 milhões em investimentos e se tornou referência para outras cidades?
É um programa inovador que rompeu paradigmas no setor público com um modelo transparente de forma que os órgãos de controle possam acompanhar com resultados para a sociedade. Temos obras importantes como a conclusão da Avenida João Paulo II, reforma e ampliação da UPA do Morumbi e a construção de um novo Cmei para 300 crianças. Temos outras obras em escolas como a João da Costa Viana e na área esportiva, ou seja, segmentos importantes que estão sendo atendidos com esse programa de conversão de área.

Além da conversão de áreas, quais programas de Foz do Iguaçu que são modelos nacionais?
Hoje temos a contratação de MEIs para reparos e pequenos serviços em escolas e postos de saúde na carpintaria, elétrica, hidráulica. Todos os serviços de manutenção dos próprios da prefeitura são feitos através de um MEI. É um programa de referência para  vários municípios do Brasil. O cartão material escolar também é pioneiro, uma referência para diversos municípios e estados. São medidas de distribuição de renda, de alcance social muito forte e também circulam os recursos na própria cidade.