CPI da Covid: Omar manda prender Roberto Dias

Pela primeira vez, CPI da Covid dá voz de prisão a um depoente. Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, foi acusado de mentir à comissão. O crime seria falso testemunho. Pode não resultar em encarceramento (até porque prender pessoas não resolve o problema), mas o peso político é enorme.

Outros senadores — inclusive os “independentes”, como Otto Alencar (PSD-BA) — pediram que Omar Aziz (PSD-AM) revisse a decisão. Sustentaram que outras testemunhas também mentiram e não receberam voz de prisão. O relator Renan Calheiros (MDB-AL) se colocou ao lado do presidente da CPI.

“Tenho pedido respeito e tenho sido desrespeitado. Não aceito que a CPI vire chacota. Ele está preso por mentir. Vai estar detido. Pelo Brasil! Todo depoente que achar que pode brincar terá o mesmo destino”, afirmou o presidente da comissão antes de fechar a sessão.

Os áudios revelados pela CNN mostram que o encontro de Dias com Dominghetti no restaurante do shopping para negociar vacinas superfaturadas não foi casual, como sustentou o ex-diretor durante toda a sessão. “Preciso que Dias ligue para o CEO, o presidente da Davati”, diz Dominguetti ao coronel Marcelo Blanco, assessor de Dias. “Ele me garantiu que vai ligar. É aguardar se ele vai fazer essa ligação. É o que está faltando”, afirma Blanco a Dominguetti.

Aziz vem alertando sobre a gravidade de mentir na CPI. O senador do Amazonas perdeu o irmão para a covid-19 em janeiro e revelou ter perdido nesta terça (6) um grande amigo. Sintetiza, assim, o sentimento de muitos brasileiros, uma mistura de luto e revolta. “Foi um freio de arrumação”, afirmou o senador Humberto Costa (PT-PE).

UOL