Dia Mundial do Acolhimento Familiar reforça importância do serviço no Brasil

Celebrado em 31 de maio, o Dia Mundial do Acolhimento Familiar destaca a importância das famílias acolhedoras, que recebem temporariamente crianças e adolescentes afastados de suas famílias de origem por situações de vulnerabilidade, como violência ou ausência de rede de apoio. Embora previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) como prioridade, o acolhimento familiar ainda é pouco difundido no Brasil, representando apenas 6,2% dos casos de acolhimento, enquanto a maioria permanece em instituições. A conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Renata Gil, ressalta que essa forma de acolhimento “salva vidas” ao proporcionar um ambiente mais familiar e saudável, ainda que sem os vínculos permanentes da adoção.

Atualmente, o país conta com 3.649 famílias acolhedoras cadastradas em 153 programas, número que tem crescido significativamente desde 2013, quando apenas 23 novas famílias aderiram ao serviço. A meta do CNJ e de outros órgãos é ampliar esse percentual para 25% até 2027. O acolhimento familiar, regulamentado pelo Sistema Único de Assistência Social (Suas), ocorre por até 18 meses, podendo ser prorrogado em casos excepcionais, sempre com a intenção de reintegrar a criança à sua família de origem ou, em último caso, encaminhá-la à adoção — processo para o qual as famílias acolhedoras não têm prioridade. O serviço exige formação, acompanhamento, e perfil compatível com o cuidado afetivo e emocional necessário para o bem-estar das crianças e adolescentes.