Dino rebate influência externa em julgamento de Bolsonaro

O ministro Flávio Dino, da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), ironizou publicações de autoridades estrangeiras no X (antigo Twitter) que tentam associar Jair Bolsonaro a uma suposta perseguição política. Durante a leitura de seu voto pela condenação do ex-presidente e outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado em 2022, Dino afirmou que “um tuíte de uma autoridade estrangeira, um cartão de crédito ou o Mickey” não mudariam o destino do julgamento no Supremo. Ele reforçou que o processo não é tirania nem ativismo judicial, mas sim a reafirmação da democracia construída pela Constituição de 1988. Alexandre de Moraes, relator, acompanhou o tom crítico e acrescentou a figura do “pateta” às provocações.

Embora Dino e Moraes não tenham citado nominalmente, as falas miraram Donald Trump, que, em postagens recentes, tratou Bolsonaro como vítima de uma “caça às bruxas”. Trump não menciona diretamente os processos no Brasil, mas usa as redes sociais para defender a inocência do aliado político. Ao final, Dino acompanhou o voto do relator, com ressalvas apenas para a participação de menor relevância de Alexandre Ramagem, Paulo Sérgio e Augusto Heleno. Após o ministro, ainda devem votar Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente da Turma.