Hospital de Clínicas testa eficácia do Molnupiravir para tratamento contra a covid-19

Pesquisadores estão próximos de responder se o medicamento molnupiravir tem eficácia para o tratamento inicial da covid-19. O antiviral, que foi descartado para o uso em pacientes hospitalizados, tem apresentado resultados promissores para tratar casos leves e moderados, atuando como um inibidor da reprodução do vírus Sars-CoV-2, o novo coronavírus.

O estudo se debruça sobre os casos ambulatoriais que não exigem internamento. A droga é administrada nos primeiros cinco dias após a aparição dos sintomas, com o objetivo de evitar que a doença se agrave. Caso a eficácia seja comprovada nos ensaios clínicos, esse seria o primeiro remédio comprovadamente eficaz para o tratamento do coronavírus.

“Não é um remédio para o paciente que está hospitalizado. Ou seja, é um tratamento inicial. A expectativa é que, reduzindo a quantidade de vírus nas vias aéreas do paciente, ele não evolua para aquele quadro mais grave que observamos depois de seis ou sete dias”, detalha a médica infectologista Monica Gomes, coordenadora da pesquisa no HC (Hospital de Clínicas) de Curitiba.

O hospital vinculado à UFPR (Universidade Federal do Paraná) é um dos 119 centros de pesquisa espalhados no mundo – sete deles no Brasil – que realizam os testes do remédio com voluntários. O estudo com o molnupiravir está, atualmente, na fase 3, que busca responder se o medicamento é eficaz no tratamento da doença.

“Significa que já passamos pelas fases 1 e 2, que são bem iniciais. Primeiro, se testa em pacientes saudáveis. Depois, numa população um pouco menor para avaliar questões de segurança. E na fase três nós queremos, aumentando o número de pessoas avaliadas no mundo, provar que o remédio não é apenas seguro, mas eficiente em melhorar a doença nas pessoas”, explica a pesquisadora.

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