Levantamento mostra que maioria é contra a aprovação do voto impresso

m meio ao debate sobre reforma eleitoral e política na Câmara, presidentes de 18 partidos ouvidos em uma pesquisa qualitativa do Instituto Ideia se declararam contrários a regras adicionais para aumentar a transparência nas siglas, tendem a rejeitar o voto impresso e se dividem quando o tema é o distritão, sistema no qual os deputados mais votados nos estados são eleitos, sem que as legendas tenham peso, como é hoje no modelo proporcional.

A análise foi feita a partir de entrevistas com os dirigentes nacionais das legendas a pedido da campanha “Freio na Reforma: Política se reforma com democracia”, lançada pelo ITS Rio, Transparência Partidária e Pacto pela Democracia com o objetivo de ampliar a participação social na proposta em tramitação na Câmara. Por ser uma pesquisa qualitativa, os resultados são anônimos e não são estatisticamente representativos, como em pesquisas quantitativas.

Entre os presidentes de partido entrevistados, 14 se mostraram contra a aprovação do voto impresso, uma das bandeiras do presidente Jair Bolsonaro. Dos favoráveis, três são alinhados às pautas do governo, enquanto um não é alinhado com o Palácio do Planalto. Os presidentes de siglas defensores da urna eletrônica afirmaram que é o melhor método de votação no Brasil por ser “ágil, segura e um exemplo de modernidade para o mundo”.

O argumento também passa pela avaliação de que a discussão de voto impresso é ultrapassada e uma tentativa de tumultuar o processo eleitoral. Os favoráveis à mudança no sistema de votação, por outro lado, argumentam que melhoraria a lisura do processo por meio de auditoria.

— No caso do voto impresso o que se vê é um paralelismo com a Presidência da República. Essa é uma pauta do presidente. Já o distritão é visto como uma pauta dos partidos — afirma o diretor do ITS Rio, Fabro Steibel.

O Globo