Ponte Internacional da Amizade completa 57 anos

A Ponte Internacional da Amizade, uma das grandes obras da engenharia brasileira do século 20, completará 57 anos neste domingo (27). A estrutura é retrato de quase seis décadas de história da integração entre dois países, duas cidades e da população trinacional composta por diversas etnias.

Até a inauguração oficial da ponte, em 1965, todo o trânsito entre Brasil e Paraguai passava em balsa pelo Rio Paraná. A ligação acontecia entre o Porto Oficial de Foz do Iguaçu, hoje desativado e esquecido, e o porto da cidade de Presidente Franco, que ainda se encontra em funcionamento.

A obra é resultado de muito planejamento e de uma ampla comunicação entre governos. Tudo começou com a assinatura de um convênio, em 29 de maio de 1956. No mesmo ano foi criada uma comissão para acompanhar o projeto e a execução da construção. Pelo menos 600 famílias se mudaram para Foz, no auge da obra, para trabalhar na ponte.

Um ano depois, em 1957, ocorreu a fundação de Ciudad del Este. Posteriormente foi construída uma estrada de 193 quilômetros, que se estendia de Coronel Oviedo até as margens do Rio Paraná a caminho do Brasil. Após todos esses processos, finalmente a ponte foi colocada em execução.

A localização da obra foi definida entre cinco pontos considerados ideais, determinados após a execução de estudos hidrológicos do regime do rio Paraná, durante um período de 20 anos. No processo, um acidente foi registrado. Em fevereiro de 1957, uma embarcação afundou. O engenheiro Tasso Costa Rodrigues e outros integrantes da equipe dele morreram na ocasião.

A construção trouxe grandes mudanças para a tríplice fronteira, entre elas, a entrada no cenário regional de Ciudad del Este, como pólo internacional de comércio, e o declínio de Puerto Franco como rota de passagem do tráfego internacional e destino de compras para brasileiros.

Logo no início de sua abertura, a ponte registrava a passagem de uma média de 100 veículos por dia. Com a expansão das cidades e avanço das integrações, atualmente cerca de 40 mil carros e em torno de 20 mil pedestres cruzam a estrutura diariamente.

Hoje, aos 57 anos, a Ponte da Amizade continua sendo um projeto bonito. Uma obra de engenharia e um exemplo de arquitetura que ainda recebe carinho, atenção e a admiração de turistas, moradores, engenheiros, arquitetos e fotógrafos.

Destaques
O projeto da Ponte da Amizade foi assinado pelo engenheiro paulista José Rodrigues Leite de Almeida, e chefiada pelo engenheiro Almyr Franca. O topógrafo responsável foi Leodato Fernandes, que continuou em Foz após a inauguração. Ele foi homenageado anos depois pela Câmara de Vereadores e teve uma rua da cidade batizada com seu nome.

Uma obra grandiosa como esta merecia muito destaque. Por este motivo, a Ponte Internacional Amizade foi inaugurada duas vezes. A primeira ocorreu em setembro de 1961, com a presença dos presidentes Alfredo Stroessner pelo Paraguai e Juscelino Kubitscheck pelo Brasil. O ato foi simbólico e aconteceu logo após a união dos arcos da estrutura. Os presidentes caminharam sobre andaimes de madeira preparados para a ocasião.

A segunda inauguração, dessa vez oficial, foi em 27 de março de 1965 com a presença dos presidentes Humberto Alencar Castelo Branco, representante do Brasil na época; e Alfredo Stroessner novamente.

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