Rodovias entre Paraná, São Paulo e Santa Catarina devem receber R$ 21,3 bilhões em melhorias
Os três trechos rodoviários – dois da BR 116 e um da 376/101 – que passam pelo Paraná e seguem para São Paulo e Santa Catarina devem receber R$ 21,3 bilhões em melhorias, conforme estudo apresentado aos deputados paranaenses durante audiência com o ministro Renan Filho (Transportes) na quarta-feira (19) em Brasília. “É um estudo que prevê um conjunto de obras para ser entregue até 2037 entre terceiras faixas, retornos em desnível, passarelas, áreas de escape, duplicações, vias marginais e melhorias e implantação de trevos”, disse o deputado federal Zeca Dirceu (PT) que participou do encontro.
Os trechos são explorados pela empresa Arteris em três concessões (Regis Bittencourt, Planalto Sul e Litoral Sul) e o Ministério dos Transportes propõe a otimização dos contatos que serão analisados pelo TCU (Tribunal de Contas da União). “É um processo de médio prazo, está começando e vai decorrer da análise do TCU e provável licitação na Bolsa de Valores. Pela bancada, vamos sugerir as obras para melhorar a relação das rodovias com os municípios e para facilitar, principalmente, o transporte de cargas e passageiros. Com as novas obras, os trechos da rodovia que ligam os três estados ganham agilidade, eficiência e segurança”, disse Zeca Dirceu.
Nos trechos paranaenses, o estudo elenca 49,7 km de faixas adicionais, 37,3 km de vias marginais, 12,5 km de duplicação, 12 retornos de desnível, 15 passarelas, nove áreas de escape, implantação de quatro trevos e melhorias em outros quatro. As intervenções alcançam as cidades de Piraquara, Tijucas do Sul, São José dos Pinhais, Curitiba, Guaratuba, Quatro Barras, Mandirituba, Fazenda Rio Grande, Campina Grande do Sul, Colombo, Antonina, Rio Negro e a localidade de Areia Branca
Entregas até 2037
O prazo de entrega das obras varia entre 2024 e 2037. Neste período, conforme o estudo, serão criados 67 mil empregos, entre diretos (22.377), indiretos (10.553) e via efeito de renda (27.861). Nos três primeiros anos, a proposta soma R$ 4,65 bilhões em investimentos.
Zeca Dirceu argumenta que tanto São Paulo como Santa Catarina se tornaram dois grandes centros de consumo de produtos paranaenses e a circulação de veículos e pessoas aumentou muito nos últimos, o que aponta para novas intervenções nas rodovias, garantindo mais segurança aos usuários e a agilidade no fluxo de mercadorias.
O trecho 376/101 que liga Curitiba a Paulo Lopes (SC) requer R$ 8,59 bilhões em investimentos e as obras devem ser entregues até 2029. A principal ligação entre São Paulo, Curitiba e todo o litoral de Santa Catarina atravessa 23 municípios – seis deles no Paraná, é considerada um importante instrumento para o desenvolvimento industrial e turístico da região, passando a ser conhecida como Corredor do Mercosul.
Polo Sul-Sudeste
Os 412,7 quilômetros da rodovia BR 116, atravessam 17 municípios, ligam a capital paranaense à divisa dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, atravessando relevante região industrial de silvicultura e a serra catarinense. Neste trecho está previsto a duplicação de 12,5 km e 23,6 km de Mandirituba e Areia Branca e a instalação de cinco passarelas em Curitiba, Fazenda Rio Grande e Mandirituba. O investimento é de R$ 4,15 bilhões com a aplicação de R$ 890,4 milhões nos primeiros três anos
A Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), entre São Paulo e o Paraná, atravessa 17 municípios, quatro deles no Paraná (Campina Grande do Sul, Colombo, Quatro Barras e Antonina) e é a mais importante ligação dos polos econômicos do sul e sudeste do Brasil, e destes com o Mercosul. Pela rodovia passam mais de 30% do PIB (Produto Interno Bruto) do país e 60% do tráfego são de veículos pesados. Neste trecho, entre as obras, serão construídos 13,7 km de vias marginais. O investimento será de R$ 8,63 bilhões, sendo R$ 1,63 bilhão nos primeiros três anos.
Para Zeca Dirceu é importante destacar também que os novos investimentos que vão gerar emprego, renda e vão movimentar a economia do Paraná. “E principalmente facilitar o comércio com Santa Catarina e São Paulo que já é muito grande até pelas exportações e pela produção agrícola”.