Secretário da Casa Civil, Guto Silva fala dos desafios de 2020 e de como Estado pretende avançar em 2021
“O ano de 2020 foi de grandes desafios”, disse o chefe da Casa Civil, Guto Silva que citou “a crise da dengue no Estado”, a situação hídrica que foi se agravando ao longo do ano, mas principalmente o enfrentamento e as limitações impostas pela pandemia do coronavírus. A isso tudo ainda, soma-se a situação fiscal do Estado com um déficit de R$ 3 bilhões.
Guto utiliza uma comparação feita pelo governador Ratinho Junior de que a pandemia não é uma prova rápida de 100 metros, mas sim uma maratona. “Nos organizamos para enfrentar essa maratona.”
Ao avaliar as ações estaduais, Guto Silva pontua que o governo basicamente focou em três áreas; a saúde com a ampliação dos testes, ampliação hospitalar e estruturação do sistema para poder combater o coronavírus; na área social, como o cartão comida boa, para não deixar os mais vulneráveis à mercê da falta de alimentos, além da distribuição dos alimentos que eram destinados aos colégios do rede estadual de ensino; e por fim, a econômica, buscando aquecer a geração de renda e criação de postos de trabalho.
É na retomada econômica, que o governo projeta a volta de crescimento. O Estado teve em 2020 teve o apoio significativo da Assembleia Legislativa, da Justiça, do Tribunal de Contas ara a recomposição do caixa do Estado, também recebeu do governo federal o aporte de R$ 1,7 bilhão.
“Nossa grande preocupação é para este ano. Se a economia se recuperar consideravelmente, esse impacto [econômico e social] reduzir, mas agora, se não tivermos essa possibilidade, vamos ter dificuldade de caixa e é por isso que estamos fazendo o dever de casa, estimulando outras ações para economizar. Porque além de toda a pandemia, toda a complexidade financeira, teremos dificuldades orçamentárias para honrar os compromissos. Temos que estar muito atentos, planejando e criando ações específicas, para poder acompanhar e deixar as contas do Estado, equilibradas”, avalia.
Saúde
Guto Silva afirma que o trabalho de estruturação do sistema de saúde já foi feito em 2020. “Estamos no máximo de leitos estruturados de UTI [Unidade de Terapia Intensiva] e enfermaria.”
A rede criada é robusta, diz o secretário ao enfatizar que a preocupação no momento é outra, a de orientar a população. “O Estado não tem como mais ampliar leitos, bem como as equipes de saúde, porque a maior complexidade são os profissionais de saúde, que estão na linha de frente, que estão exaustos, cansados por conta de uma pandemia tão longa.”
Mas enquanto não há o entendimento da gravidade da situação por parte de parcela da sociedade, o Estado vem dando sinais de que é justamente a população que vai determinar o momento de afrouxar algumas medidas.
Segundo Guto para melhorar, flexibilizar e voltar a normalidade, é necessário a”chatar os números [de pacientes positivados, que precisam de atendimento], para a equipe respirar. E por outro lado a vacina, que nos devolverá uma parte da nossa rotina.”
Em se tratando de vacina, foi em meio a embates de governos de outros estados, que Ratinho Junior, afirmou que o Paraná seguiria o Plano de Vacinação Nacional, e que não faria reservas de vacinas, antes mesmo de uma definição da União.
“Estamos abertos a todas as possibilidades [de vacinas], seja Pfizer, CoronaVac, SputnikV, — que estamos trabalhando no Paraná [por um acordo entre o Paraná e o governo da Rússia]”, comenta o secretário e ao completar que a “equipe de saúde já está preparada, temos os refrigeradores prontos, com as equipes organizadas.”
Confiante na vacinação iniciar ainda em janeiro, Guto lembra que, “o plano de vacinação já deixou bastante claro, que teremos 15 meses de vacinação. Isso quer dizer que não é porque vamos começar a vacinar em janeiro, que a vida está normalizada, teremos um tempo para imunizar grande parte da população paranaense e brasileira”, pontua lembrando da dificuldade me vacinar em grande escala a população, mediante a restrita oferta de imunizante.
Aulas híbridas
Para o chefe da Casa Civil, a possibilidade de retomada das aulas presenciais é uma questão social. Ele defende que “a volta às aulas vem carregada de um sentimento de retorno a vida normal”, contudo, ele mesmo faz questão de destacar, que a mesmo com um sinal de queda nos números do Estado, o que é considerado, uma melhora, a pandemia ainda não acabou.
“Vamos voltar de forma progressiva com a atuação hibrida (aula alternada com ensino a distância) e conforme vai avançando a vacina, os números forem caindo naturalmente vamos ampliando as aulas presenciais e reduzindo as aulas do ensino a distância”, disse.
No entanto, na programação do Estado, está o início do calendário letivo de 2021, para 18 de fevereiro, com um sistema de educação híbrida, o que implica em dizer, aulas alternadas na escola e remotamente.
Guto, explica que os pais que os pais podem optar em não mandar seus filhos para a escola, e estes permanecem no ensino de Educação a Distância (EAD).
Ele ainda lembrou que a Rede Privada, que em 2020 já buscou o modelo híbrido, também está assegurada as atividades no pós férias.
Economia
Na rota dos investimentos do Estado no Sudoeste, a PR-280 pode ser descrita como a principal obra da região. Claro que em escalas menores, o governo vem anunciado ações pontuais nos municípios, como o caso do recurso garantido no orçamento de 2021 para a construção da nova prefeitura de Pato Branco, onde o aporte é de R$ 20 milhões.
A esta situação, onde o atual gestor, no final de 2020 afirmou que não iria construir a nova estrutura, Guto que ainda no ano passado defendeu a obra como de grande importância como vetor de desenvolvimento econômico, voltou a pontuar que “é importante porque gera emprego, gera renda. O prefeito tem a visão de realocar a prefeitura, fazer a prefeitura em outros modelos. O recurso continua direcionado a Pato Branco, se for a decisão de construir onde está [projetado pela gestão anterior no bairro Bortot] está alocado, se tiver condições de fazer um outro projeto em outra região, também o recurso está garantido, sem prejuízo do recurso.”
Com relação as obras estruturantes, e por assim dizer a PR-280, Guto recorda que em 2020, o Estado captou R$1,6 bilhão para obras, e ainda vem buscando nossos valores.
Divididos em das licitações os trechos de obras da PR-280 vivem momentos distintos e a expectativa é de que ainda nos primeiros meses deste ano iniciem as obras de ampliação de capacidade de fluxo, estabelecidas no segundo edital.
Outra obra que deve ter continuidade é o contorno noroeste, ligando o primeiro trecho, a PR-280 em Vitorino. Segundo Guto, o projeto da segunda etapa está pronto, precisando ser revisto a questão das desapropriações. “O objetivo é no primeiro semestre concluir o projeto, para que tenhamos condições no segundo semestre de iniciar o processo licitatório, para concluir este contorno, que será tão importante para a questão de mobilidade da cidade de Pato Branco.”