Zeca Dirceu defende a prorrogação das dívidas dos produtores de leite
Em paralelo, o deputado paranaense insiste na aprovação do projeto de lei 5.213/23, de sua autoria, que garante subvenção extra aos produtores, a fim de subsidiar a prorrogação das dívidas de investimento
Durante a abertura do encontro de lideranças municipais do Paraná em Brasília (DF), nesta terça-feira (19), o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) voltou a defender e a insistir com o governo federal sobre a necessidade de prorrogar as dívidas dos produtores de leite com o crédito rural, uma vez que esse setor tem sido bastante penalizado e vem amargando prejuízos nos últimos anos com o baixo preço de venda e com a concorrência desleal das importações de produtos subsidiados nos seus países de origem, frutos de acordos comerciais herdados ainda da gestão de Jair Bolsonaro.
“Uma solução deve ser rapidamente apresentada”, disse Zeca Dirceu a prefeitos e representantes do setor produtivo. “O retorno que temos tido dos ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário, da Fazenda, dos organismos financeiros e dos agentes públicos de crédito ao produtor rural é de que isto está muito perto de ser resolvido”, adiantou.
Subvenção
Em paralelo ao diálogo com o governo, nas últimas semanas, o deputado paranaense tem intensificado tratativas dentro da própria Câmara dos Deputados para agilizar a aprovação de um projeto de lei de sua autoria, o PL 5213/2023, que autoriza a subvenção extraordinária aos produtores de leite da agricultura familiar, a fim de prorrogar o prazo de pagamento das parcelas dos financiamentos na modalidade do crédito de investimento e socorrer o setor.
A crise leiteira, somada à climática nas lavouras de soja e milho, tem castigado milhares de famílias paranaense que encontram na renda do leite o sustento e renda imediatos. Cerca de 90% dos financiamentos junto a bancos e cooperativas de crédito rural são voltados a investimentos na pecuária leiteira e nas lavouras de soja e milho. Estima-se que o volume total dessas operações gire em torno de R$ 29 bilhões, sendo cerca de R$ 7 bi os investimentos da agricultura familiar.
Em Santo Antônio do Sudoeste, na fronteira com a Argentina, o produtor Edemirso Fiorentin, conta que o custo de produção de um litro de leite fica, em média, acima de R$ 2,00 (dois reais), o que varia de acordo com o grau de investimento entre sistemas de produção a pasto ou em confinamento, para chegar no mercado local, pasteurizado, a R$ 4,00 e R$ 4,50. “Quando o leite em pó da Argentina começou a passar pela fronteira em larga escala, as indústrias adquiriram o leite a uma média de R$ 0,70 (setenta centavos) o quilo, para ser hidratado e vendido na caixinha no mesmo valor do mercado local, uma concorrência desleal e que gerou o prejuízo acumulado que temos hoje”, explica Fiorentin.
“Tenho conhecimento, acompanho de perto e sou sensível às dificuldades enfrentadas pelos produtores de leite do Paraná e do Brasil. Estou certo de que outros avanços virão, a exemplo do socorro que o Presidente Lula prestou aos agricultores no ano passado”, completou Zeca.