Exportações de carne suína crescem 25,3% no primeiro quadrimestre de 2021

Foto: Luiza Biusus/Embrapa

As exportações brasileiras de carne suína (in natura e processada) alcançaram 351,8 mil toneladas de janeiro a abril de 2021, uma alta de 25,3% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Em abril deste ano, o total exportado foi de 98,3 mil toneladas, volume 35,1% maior ao registrado no mesmo mês de 2020. Já a receita obtida chegou a US$ 232,3 milhões, alta de 40,6% em relação a abril do ano passado, quando foram totalizados US$ 165,2 milhões.

As vendas de carne suína também têm se destacado no mercado interno. As compras no varejo cresceram 80% de julho de 2020 a janeiro deste ano, de acordo com a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS).

A visão do brasileiro em relação à carne suína vem mudando nos últimos anos. O consumidor já identifica a proteína como saudável e recomendada por muitos médicos e nutricionistas. Segundo o IBGE, cada brasileiro consome em média 16,86 quilos de carne suína por ano.

Para o presidente da Comissão de Aves e Suínos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Iuri Machado, existe um grande potencial de crescimento do setor, não somente na produção, mas no consumo interno, já que ele vem aumentando de forma consistente.

“A população, de modo geral, tem visto a carne suína como opção interessante de proteína para o dia a dia”, disse.

Mesmo com os bons números no mercado interno, os criadores de suínos têm enfrentado algumas dificuldades. O custo de produção vem aumentando nos últimos meses. A alimentação dos animais corresponde a 80% dos custos da atividade. E essa é uma queixa que se repete entre os suinocultores.

“Os preços recuaram e nossa atividade entrou no negativo. Nossos principais itens da ração animal são a soja e o milho, que tem batido recordes de preços. Então, em 2021 acredito que será um ano muito desafiador pra suinocultura”, afirmou o produtor rural Rodrigo Batista.

Já o produtor Alexandre Cenci destacou que, apesar de trabalhar com saca de milho a R$ 80, e o farelo de soja acima de R$ 2,5 mil a tonelada, a exportação de carne suína segue firme e forme. “A China corresponde por mais de 50% das importações da proteína brasileira”.

A conquista do mercado externo e o aumento do consumo brasileiro também são resultados de uma vigilância sanitária eficiente. Por isso, o Ministério da Agricultura, a CNA e outras entidades estão trabalhando no projeto piloto de vacinação da área não livre de Peste Suína Clássica (PSC). O objetivo é conquistar para o Brasil o reconhecimento internacional de área livre da doença.

“Hoje o Brasil se destaca tanto em produtividade, o que garante uma carne com preço acessível e competitivo, quanto na questão sanitária. Nós temos um dos rebanhos com o melhor estado sanitário do mundo, que nos assegura uma carne de qualidade e conquista de mercados exigentes para exportação. Nesse sentido, o produtor tem um papel muito importante”, disse Iuri Machado.

Fonte: CNA Brasil