Inflação vai continuar corroendo a renda do trabalhador, diz Romanelli

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD) afirmou nesta segunda-feira, 28, que o legado da política econômica do governo de Jair Bolsonaro será a inflação alta e a queda da renda do trabalhador. “O governo está perdido e teremos mais um ano de inflação acima da meta. Isso corrói ainda mais o salário do trabalhador”, afirmou o parlamentar.

Romanelli disse que qualquer família que precisa comprar alimentos sente no bolso as dificuldades impostas pela alta dos preços. “Usar o carrinho no supermercado virou privilégio para poucos, assim como encher o tanque do carro. Hoje, o trabalhador gasta boa parte da renda para tentar encher uma cestinha de compras”.

Ao comentar reportagem da Folha de S. Paulo, que prevê que a taxa de inflação deste ano vai ficar novamente acima da meta, Romanelli criticou a condução da política econômica do País. “Nenhuma ação estruturante foi feita. Só remendos. O aumento da taxa de juros vai frear ainda mais a economia e seguiremos pagando o preço de uma gestão inconsequente”, afirma o deputado.

Acima da meta – De acordo com economistas ouvidos pela Folha de S. Paulo, o Banco Central (BC) dificilmente conseguirá conter a inflação neste ano. A reportagem cita que ainda há reflexos da pandemia, da guerra aberta pela Rússia contra a Ucrânia, do petróleo, e a desestabilização de cadeias produtivas globais. A taxa inflacionária de 2021 ficou acima de 10% e a previsão para este ano já chega a 7%. A meta era entre 2% a 5%.

“O BC perdeu a meta de inflação de 2022. Não há mais como atingi-la, a menos que ele promova uma contração econômica gigantesca, o que seria irresponsável”, disse o economista Maílson da Nóbrega no jornal. “Para o próprio BC, o controle neste ano já está praticamente fora do horizonte. Ele não briga mais pela inflação de 2022. O BC está brigando por 2023”, completa Alexandre Schwartsman.