PSB e Cidadania querem expulsar deputados que apoiaram atos bolsonaristas

Parlamentares de partidos da oposição que apoiaram os atos bolsonaristas do Sete de Setembro podem ser punidos pelas siglas que integram. Os deputados Da Vitória (Cidadania-ES) e Rodrigo Coelho (PSB-SC) foram alvo de manifestações de repúdio por parte de lideranças partidárias correligionárias e devem ser expulsos. Informações do Congresso em Foco.

No caso de Da Vitória, o apoio aos atos se deu via redes sociais. “Sete de setembro marcado por atos de patriotismo no Espírito Santo e em todo o Brasil. Os capixabas mostraram seu amor e união pelo País”, afirmou em seu perfil no Instagram junto a uma foto das manifestações bolsonaristas. Ao tomar conhecimento disso, o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, declarou: “Está no partido errado. Estamos discutindo o desenlace com mútuo respeito”.

Rodrigo Coelho participou dos atos em Brasília e divulgou uma foto em meio aos manifestantes. “O PSB já considera esse deputado fora do partido. O PSB o puniu com um ano de suspensão, não lhe deu legenda para disputar a prefeitura de Joinville, e o destituiu da direção estadual, além de não lhe garantir legenda para disputar a reeleição à Câmara. O parlamentar já sabe disso e sairá do PSB. Ou será expulso”, informou em nota a assessoria de comunicação do PSB.

Tanto o PSB quanto o Cidadania estão entre as legendas confirmadas para participar das manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro previstas para este domingo, 12 de Setembro, agenda incompatível com os atos bolsonaristas. A situação fica especialmente grave no caso do deputado Da Vitória, cuja sigla já confirmou a pré-candidatura do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) para concorrer nas eleições presidenciais de 2022 em oposição a Bolsonaro.

Já no caso de Rodrigo Coelho, apesar de ter tido seu relacionamento com o partido gravemente abalado, a expulsão não surte muito efeito sobre sua carreira política. O deputado já estava em transição para o Podemos. Ao contrário do PSB, o Podemos não apoia o impeachment de Jair Bolsonaro. Para o partido, a abertura daria espaço para uma crise política que poderia agravar as dificuldades provocadas pelas atuais crises econômica e sanitária.

“É emocionante ver as pessoas colorirem as ruas de verde e amarelo, com manifestações ordeiras, democráticas e em respeito à Constituição. Não mediremos esforços para responder esse clamor e resgatar a alegria e esperança do povo Brasileiro. Que Deus abençoe nossa Pátria”, escreveu no Twitter.