Ricardo Barros defende PEC dos Benefícios

O governo federal defende que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Benefícios não sofra alteração na Câmara, com a inclusão de um auxílio-gasolina a motoristas de aplicativo, como Uber, e a ampliação do custo do pacote a até R$ 50 bilhões. A informação é do líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PP-PR). O deputado afirmou ao portal R7 que não se trata de questão de mérito (ou seja, de conteúdo da proposta em si), mas que busca evitar que o texto tenha de retornar ao Senado.

Relator da PEC, que cria auxílio financeiro para caminhoneiros e taxistas e amplia os valores do Auxílio Brasil e do Auxílio Gás, o deputado Danilo Forte (União-CE) quer incluir um “vale-Uber” na proposta e ainda aumentar o custo do pacote, hoje previsto em R$ 41,25 bilhões fora do teto de gastos, para R$ 50 bilhões. Ele também avalia a possibilidade de retirar o trecho que prevê instituir estado de emergência até o fim do ano para ampliar o pagamento de benefícios sociais a três meses do pleito.

O trecho é criticado em razão da possibilidade de insegurança jurídica, mas o dispositivo busca contornar a legislação eleitoral, que impede a criação de benefícios em ano de eleições, excedo em caso de necessidade urgente. O deputado solicitou estudos para analisar se é possível garantir os valores previstos na PEC sem decretar o estado de emergência, segundo informou a assessoria de imprensa do parlamentar.

Forte vai levar as ideias de mudança para discussão em reunião na tarde desta segunda-feira (4) com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e lideranças da Casa.

Qualquer mudança no texto, no entanto, significa que a matéria retorna para nova análise dos senadores, o que representa mais tempo na tramitação. O objetivo do governo é aprovar o pacote de benefícios antes do recesso parlamentar, que começa no dia 17 de julho. O prazo, então, é curto.

Para acelerar a tramitação, o presidente Arthur Lira já autorizou que a PEC seja anexada à PEC dos Biocombustíveis, que prevê benefícios fiscais com o objetivo de garantir a competitividade dos combustíveis com fontes de energia renováveis em relação aos combustíveis fósseis. A proposta também é relatada por Forte. O relatório do deputado será analisado pela Comissão Especial na próxima quarta-feira (6).

A junção das duas PECs faz parte da intenção de dar maior celeridade à tramitação da PEC dos Benefícios. Isso porque a proposta dos biocombustíveis já passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e está na Comissão Especial. Juntar as duas propostas significa que a matéria que prevê ampliação de benefícios sociais poderá pular uma etapa de tramitação.

Inicialmente, a PEC dos Benefícios iria apenas dispor sobre um auxílio financeiro do governo federal para os estados que reduzirem a zero a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas operações que envolvam diesel, gás natural e gás de cozinha. A matéria, no entanto, foi alterada no Senado e aprovada por quase unanimidade, com apenas o voto contrário do senador José Serra (PSDB-SP).