Com incentivo do Estado, mulheres do campo aprendem gestão em turismo e liderança

Com a vocação do Paraná para a agricultura e agropecuária, é grande o número de projetos desenvolvidos pelas universidades estaduais voltados ao setor. Muitas ações estão sendo desenvolvidas também dentro do Programa Mulheres Paranaenses: Empoderamento e Liderança, desenvolvido pela Fundação Araucária e Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).

Entre os focos estão a gestão de turismo e a sustentabilidade na agricultura. O objetivo é apoiar financeiramente instituições de ciência e tecnologia paranaenses para a implantação e desenvolvimento de projetos voltados à formação de lideranças femininas, por meio de capacitações e divulgação de práticas inovadoras relacionadas ao tema.

Dentro deste programa, 86 projetos de pesquisa estão sendo desenvolvidos por 11 universidades do Paraná e mais o Instituto de Desenvolvimento Rural – IDR Paraná. 

Uma das ideias é o “Empoderando Mulheres do Campo: capacitação para gestão e liderança em empreendimentos de turismo rural sustentável”, coordenado pela professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste-Toledo) Carla Maria Schmidt.

A pesquisadora afirma que o turismo rural sustentável é um segmento de cunho econômico e social que tem potencial de igualdade nas relações de trabalho entre o homem e a mulher. O Paraná tem alguns projetos relevantes nessa área, como a Rota do Queijo, a Rota da Lavanda, a Rota do Vinho, o Roteiro Doce Iguassu e o Circuito Polonês-Ucraniano.

“A força do trabalho feminina em atividades agrícolas é vista apenas como complemento, de modo que o homem é considerado o detentor da mão de obra necessária. Mas entendemos que o turismo rural configura uma área na qual a mulher pode desempenhar papel atuante, realizando funções que impactem econômica e socialmente”, afirma Carla.

As ações do projeto estão sendo desenvolvidas com mulheres do campo que possuem empreendimentos de turismo rural sustentável na microrregião de Toledo, no Oeste do Paraná, cidade com o maior VBP do Paraná, com vocação para a produção de carne suína. No momento, a equipe está localizando e investigando os empreendimentos com possibilidade de inserção feminina.

“Estamos visitando fazendas, vamos fazer entrevistas com elas e elaborar um material para capacitar estas mulheres. Vamos trabalhar o empreendedorismo e empoderamento feminino, e também a importância da mulher no turismo rural e suas vertentes, como gestão, tecnologias digitais e marketing”, explica a coordenadora.

Segundo Carla, a partir do desenvolvimento da capacitação e das pesquisas as mulheres vão atuar com maior direcionamento e controle sobre os caminhos para arrecadação de renda, seja na gastronomia ou em passeios turísticos.

“O empoderamento destas mulheres auxiliará na manutenção dos agricultores familiares e de seus filhos no campo. Este projeto contribui diretamente na solução de problemas da sociedade atual transformando a comunidade atendida em um espaço marcado por seus atrativos”, destaca Carla Schimidt.

Fonte: AEN PR / Foto: Fundação Araucária