CONCESSÃO DA ÁREA PAR50: Com lance único de R$ 1 milhão, área do Porto de Paranaguá é concedida à iniciativa privada

Sem concorrência e com lance de R$ 1 milhão, a FTS Participações Societárias, do grupo Fortesolo, venceu o leilão de concessão da área portuária denominada PAR50, localizada dentro do Porto de Paranaguá, no Paraná.

O certame foi realizado nesta sexta-feira na B3, em São Paulo, e organizado pelo governo do Paraná, através da Portos do Paraná, empresa pública estadual responsável pelo complexo portuário formado pelos portos de Paranaguá e Antonina.

O investimento previsto na área para melhoria de infraestrutura e revitalização é de R$ 350 milhões. O vencedor foi definido pelo maior lance de outorga e o contrato tem 25 anos de duração. O lance mínimo era de R$ 1.

O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, lembrou que o porto de Paranaguá movimentou 60 milhões de toneladas de cargas, no ano passado, com 5 quilômetros de cais. Já o Porto de Santos, com 20 quilômetros de cais, movimentou 160 milhões de toneladas em 2022.

– Portanto, há um grande potencial – afirmou Garcia, após o leilão.

A FTS atua há 35 anos na área portuária, especialmente no Paraná, trabalhando com granéis sólidos e carga geral. Ao vencer o leilão desta sexta, vai diversificar sua área de atuação com granéis líquidos.

– Estamos elevando o nível do nosso serviço – disse Alex Ávila, diretor da FTS, lembrando que os investimentos devem começar nos próximos dois anos, após a assinatura do contrato, gerando empregos e traznedo mais desenvolvimento à cidade.

A PAR50 tem área com 85 mil metros quadrados e é voltada para granéis líquidos. Está localizada no lado oeste do cais do porto.

Em 2022, a PAR32, uma área de aproximadamente 6,6 mil m², destinada à movimentação de carga geral, em especial açúcar ensacado, também foi arrematada pela FTS, com lance de R$ 30 milhões no mesmo porto. O prazo de arrendamento é de 10 anos, prorrogáveis.

Estava prevista para esta sexta também a licitação de um segundo terminal em Paranaguá, o PAR09, voltado a granéis sólidos vegetais. O arrendamento, com área de 26,5 mil m², exigia investimentos de R$ 911 milhões, mas não foram recebidas propostas.

Gasolina: Equipe econômica defende volta de impostos, mas ala política do governo é contra

A primeira área a ir a leilão em Paranaguá, em 2019, foi a PAR01, arrematada pela Klabin. Já a PAR12 foi arrematada em dezembro de 2020 com lance vencedor, de R$ 25 milhões, dado pela Ascensus Gestão e Participações.

Além da PAR09 e PAR50, a PAR14 e PAR15 tiveram as consultas e audiência públicas realizadas em 2022.

Porto de Santos

O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, que está no litoral Norte de São Paulo no auxílio às vítimas da enchente, foi representado no leilão pelo secretário executivo da pasta, Roberto Gusmão.

Ele disse que ainda não há definição sobre a privatização do Porto de Santos, o maior da América Latina. Gusmão disse que França e o presidente Lula estão conversando sobre o assunto, mas a modelagem de uma possível concessão à iniciativa privada não está definida.

– Sabemos que o ex-ministro da infraestrutura, Tarcísio de Freitas, hoje governador de São Paulo, tem uma visão favorável à privatização, mas o governo federal precisa ser convencido disso – afirmou Gusmão.

Ele disse que a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) foi vendida por R$ 106 milhões e foi a única privatização de uma autoridade portuária até agora. Gusmão afirmou que esta operação está sendo avaliada, mas garantiu que não haverá retrocesso.

O governo federal defende uma autoridade portuária forte, com concessão de áreas, como aconteceu no leilão desta sexta.

– Este modelo de autoridade portuária forte é um caminho – disse.

Gusmão disse que novos arrendamentos de terminais estão previstos para abril ou maio, uma parte deles na região Nordeste.

Fonte: Impacto Paraná