Alvaro Dias diz que projeto das fake news foi enviado de forma ‘apressada’ à Câmara; ‘Temos que ser rigorosos’, afirmou

Em entrevista ao Meio-Dia Paraná nesta sexta-feira (23), o candidato à reeleição no Senado Alvaro Dias (Podemos) disse que o projeto de lei que torna crime o financiamento e a disseminação de fake news foi aprovado pelos senadores de forma apressada, quando foi encaminhado à Camara dos Deputados.

Dias argumentou que votou contra a aprovação do projeto, em 2020, por acreditar que a proposta necessitava de uma análise mais aprofundada do tema, com proposições melhor elaboradas.

Alvo de divergências entre os senadores, a proposta que cria a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet tramita na Câmara e, depois de ser analisada e votada na Casa, ainda deve voltar ao Senado, porque sofreu modificações no conteúdo.

Alvaro Dias afirmou que se trata da legislação sobre “o exato limite entre a liberdade de expressão e a mentira” e comentou: “É evidente que você não pode permitir que, em nome da liberdade de expressão, você cometa o escárnio de agredir pessoas impunemente. Nós somos vítimas, nós somos vítimas, é evidente que eu quero uma boa lei”.

Ele foi perguntado sobre ter solicitado o benefício da aposentadoria de ex-governador do Paraná, 20 anos após deixar o cargo, e recebido por três meses, com valores retroativos. Dias disse que os valores foram integralmente repassados a entidades beneficentes.

“Eu recebi um apelo de entidades de assistência social de Curitiba, especialmente o Pequeno Cotolengo, para que eu recebesse e transferisse. Eu requeri e transferi. Quando houve a repercussão negativa, na verdade, pretendiam me colocar no mesmo patamar dos outros que recebiam e colocavam no bolso. Eu preferi prestar um benefício social para entidades que necessitavam naquele momento. Como a repercussão foi negativa, eu desisti”, afirmou.

CPI do MEC

Ele foi questionado sobre o motivo para não ter assinado o pedido para criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de corrupção e tráfico de influência no Ministério da Educação (MEC).

Como parlamentar, Alvaro Dias atuou em diversas outras CPIs. Em relação à CPI do MEC, ele chegou a afirmar publicamente que “seria uma grande pizza”. Na entrevista, o candidato disse que “não era o momento” para a comissão.

Alvaro afirmou que a proposta era “um palanque eleitoral que tinha o objetivo dirigido para atingir a imagem de um candidato à presidência da República, de um candidato a reeleição à presidência da República”, e disse que, sendo assim, não concordou.

A criação da CPI ganhou força após o ex-ministro da educação Milton Ribeiro e pastores denunciados terem sido presos pela Polícia Federal.

O candidato foi questionado ainda sobre a articulação da bancada paranaense no Senado Federal, onde atua desde 1983 e para o qual tem se reeleito desde 1999. O Paraná nunca teve um representante como presidente da Casa.

Dias afirmou que atuou como oposição durante quase toda a trajetória, com exceção dos últimos três anos e destacou que, “no sistema presidencialista, que confere muito poder ao presidente da República, é sempre o presidente da República que acaba elegendo o presidente do Senado e o presidente da Câmara”.

Fonte:G1/Foto:Giuliano Gomes/PRPress