Tijucas do Sul recebe título de Capital Paranaense do Orgânico

Tijucas do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), recebeu o título de Capital Paranaense do Orgânico. A cidade lidera a produção de orgânicos no estado e possui 75 famílias certificadas. 

Em todo o Paraná, são cerca de quatro mil produtores certificados. O número de trabalhadores de orgânicos no estado é o maior entre os todos os estados da federação, segundo dados do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (Iapar-Emater).

Como se tornar

Para se tornar um produtor de orgânicos certificado, é necessário a emissão de um documento por órgãos reguladores, que estabelecem o que é permitido e o que é proibido no manejo. 

O pedido é feito por associações que representam o setor. 

Para especialistas, o reconhecimento traz efeitos para a economia da cidade. 

“Com esse título de capital do orgânico atrai mais canais de comercialização e isso só traz benefícios. O agricultor pode definir para quem ele vende, e pode acertar valores que remunerem melhor”, analisa o engenheiro agrônomo do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, Julio Carlos Bittencourt. 

Saúde em pauta

O interesse dos produtores pelo cultivo de alimentos orgânicos vai além da busca apenas do lucro. O produtor Flávio Setim, por exemplo, tomou a decisão de deixar a agricultura convencional em 2004. 

Cerca de dois anos depois da mudança, o agricultor percebeu que além de vantagens para a saúde, o cultivo de orgânicos também era bastante lucrativo. De acordo com ele, o faturamento subiu quase 20%. 

“Meu pai teve uma intoxicação, então aí surgiu a ideia de um cultivo um pouco diferente que não usasse tanto a função dos químicos na lavoura, que não fosse tão forte. Aí que a gente começou essa ideia do orgânico” conta Setim. 

Produtos orgânicos. — Foto: Igor Medeiros/ Divulgação

Atualmente o agricultor produz, em média, 70 mil unidades por mês, entre alface, brócolis e cenoura, que atendem a demanda de pelo menos 40 supermercados de Curitiba e região metropolitana.

Para o engenheiro agrônomo do IDR, a escolha da produção de alimentos orgânicos beneficia toda a sociedade. 

“O produto orgânico é valorizado no mercado, o consumidor quer cada vez mais um produto livre de agrotóxico, então o produtor tem facilidade de vender, de acessar mercados e daí é melhor remunerado. Pelo lado da saúde, ele não tem mais contato na hora de pulverizar, não mantém contato direto com agrotóxicos. E pelo lado ético, quando ele vai para casa dormir, encosta a cabeça no travesseiro e fala ‘eu estou colocando um alimento que vai proporcionar saúde para o consumidor, para o meio ambiente, não polui água'”, analisa Bittencourt.

Fonte:G1